A TIRANIA RELIGIOSA

O Ministério Instrutor Religioso havia feito de sua sede um prédio em ruínas, de estilo gótico e paredes largas ao norte do país, uma antiga prisão trouxa reforçada para receber Olívia Vertè e os Pretium Doloris. Um novo império ditatorial estava erguido e a democracia francesa sucumbia perante o novo governo. A Beauxbatons havia sido enviada uma Observadora Ministerial, Ofélia Chamberlaim, que ficaria responsável por fiscalizar os métodos de ensino guiados pela direção de Maxime. Se a figuria emudecida e monástica da Observadora fosse a única ameaça, os franceses respirariam aliviados. A principal intervenção, esta indo fundo nas entranhas do dia-a-dia bruxo, era a presença massiva e autoritária dos Pretium Doloris, agora força oficial de investigação e repreensão por todo o país. Os Ministeriais do mandato de Fradique Fournier se reuniam às escondidas, então foragidos perante o novo poder vigente, liderados por Thommas Lispector e Alice Creadore num projeto de retomada, sigilosamente apoiado pelo Instituto Superior Dinâmico, expoente do ensino superior em bruxaria, de Haidee Vertè Garland. No fim do ano de 1999, a Observadora Ministerial entregou seu relato sobre as condições da Academia às mãos de Olívia, que julgou Beauxbatons fora dos padrões aceitáveis para o Ministério Instrutor Religioso e ordenou o seu fechamento temporário. Maxime, em uma comovente carta enviada aos pais dos alunos (visto que a imprensa era censurada e O Berrador fora fechado), acatou a decisão com pesadas críticas ao governo "fajuto e imperial".​ Após ligeiras mudanças, o ano letivo recomeçou conturbado, sob a ameaça constante da presença dos Pretium Doloris e do retorno de Ofélia Chamberlaim ao castelo. Enquanto isso, os partidários contrários ao MIR chegavam a conclusões mais palpáveis acerca de planos de ataques. O poderio de Vertè se fortificava a cada dia, embasado na fé cristã representada pela figura do bispo vice-ministro, e quaisquer manifestos contrários eram imediatamente contidos. O cenário político do país impulsionou um ataque certeiro às estruturas do Ministério Instrutor por parte do grupo de retomada. Ex-membros do Ministério da Magia, docentes de Beauxbatons e membros do Instuto Superior Dinâmico transpassaram os pesados portões do MIR e, através de uma noite interminável de duelos, colocaram a sede do império abaixo. A figura de Olívia Vertè e os Pretium Doloris restantes rumaram, então, para Beauxbatons. Na Academia, àquele tempo, Griselda Fournier reunia docentes e estudantes para a organização de uma resistência interna, que colocasse um fim às intervenções de Vertè e à presença da Observadora. Reunidos na Arena, foram surpreendidos por Ofélia Chamberlaim sob o efeito de bombons de Amortentia, numa peça pregada por terceiranistas, que chapou um beijo em cheio na boca do zelador, Pirreot Fournier. Expulsa a tapas do local pela esposa do velho, Clarabéia, Ofélia recolheu-se em seus aposentos até a chegada de Vertè, com Griselda em sua volta para fazê-la falar. Olívia chega ao castelo, demite a Observadora e reúne os Pretium Doloris no Pátio. Pouco adiante, Maxime lidera os alunos e funcionários da Academia nos Jardins Suspensos. As duas mulheres se encontram e Olímpia cai atingida por um feitiço de Vertè que deflagrou a batalha. Enquanto clarões tomam conta dos terrenos de Beauxbatons, Olívia sobe ao escritório da Diretora para tomá-lo, bem como passar as mãos em documentos históricos. O que a Ministra Instrutora não esperava era a guarda de Griselda Fournier e Alice Creadore junto ao escritório: Olívia enfrentou feitiços, xingamentos e tapas até ser empurrada do alto da Torre pela Vice-Diretora. A batalha cessou quando a dupla chegou aos terrenos, informando a morte de Vertè: os Pretium Doloris fugiram a tempo ou foram capturados, os feridos seriam atendidos na Enfermaria, o castelo seria restaurado, um novo Ministério da Magia seria erguido — e o corpo de Olívia Vertè havia sumido.